sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Trio acusado de canibalismo fica em silêncio durante audiência em Olinda


Trio acusado de canibalismo fica em silêncio durante audiência em Olinda

Os três foram interrogados sobre um crime cometido no ano de 2008.
Defesa solicitou transferência dos réus para presídios no Agreste.

Do G1 PE
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Trio é acusado de crimes de canibalismo (Foto: Luna Markman/ G1) 
Trio é acusado de crimes de canibalismo (Foto: Luna
Markman/ G1)
O trio acusado de crimes de canibalismo optou por não responder ao interrogatório sobre a morte e ocultação do corpo de Jéssica Camila da Silva, que seria feito nesta quinta-feira (12), durante audiência de instrução na Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Olinda. A audiência estava suspensa desde outubro do ano passado, quando a defesa pediu exames sobre a capacidade mental dos réus. O crime foi descoberto no ano passado, após investigação policial ter localizado outras duas vítimas do trio em Garanhuns, no Agreste de Pernambuco.

O laudo foi entregue à Justiça no dia 22 de novembro e atestou que os três não têm problemas mentais. Os advogados dos réus já informaram que vão pedir nova perícia. Eles estão esperando a intimação sobre o resultado dos laudos de Jorge Beltrão, Isabel Cristina da Silveira e Bruna Cristina Oliveira para entrarem com o requerimento.

"Jorge foi aposentado pelo INSS pela patologia de esquizofrenia paranoide. Essa perícia ocorreu há dois, três anos. A lei processual nos diz que, se há divergências entre dois laudos, faz-se um terceiro. Sobre Bruna, prefiro falar quando eu tiver acesso ao laudo", explicou o advogado Raniere Aquino, que defende os dois réus.
Já o advogado Paulo Sales apenas informou que a defesa acredita que Isabel tenha problemas psicológicos. "Mas não posso afirmar o teor, pois ainda não tive acesso ao laudo", disse. Os advogados também solicitaram a transferência dos réus para penitenciárias no interior de Pernambuco. Eles estão presos provisoriamente em unidades na Região Metropolitana do Recife. As mulheres querem ir para Buíque e o homem, para Pesqueira, municípios do Agreste do estado.
A juíza Maria Segunda, titular da Vara, informou que vai se manifestar sobre a transferência após as alegações finais da Promotoria e dos advogados. A partir desta quinta-feira, eles têm cinco dias para apresentar essas alegações. Depois, a magistrada terá dez dias para decidir se os acusados serão absolvidos ou se irão a júri popular. "Pelo resultado do laudo, que mostra que eles podem responder pelos seus atos, eles provavelmente irão para júri popular", afirmou.
A magistrada informou ainda que o fato de os réus permanecerem calados não causa prejuízos a eles no processo, pois é um direito que está na Constituição Federal. O crime ocorreu em 2008, em Olindax. A magistrada recebeu a denúncia oferecida pelo Ministério Público em julho de 2012. Os acusados respondem por ocultação de cadáver e homicídio quadruplamente qualificado (por motivo fútil, meio cruel, sem chance de dar defesa à vítima e para assegurar a execução, ocultação e impunidade de outro crime).
Trio permaneceu em silêncio durante audiência (Foto: Luna Markman/ G1) 
Trio permaneceu em silêncio durante audiência (Foto: Luna
Markman/ G1)
Entenda o caso
O inquérito policial relata que Jéssica Camila da Silva era moradora de rua, tinha 17 anos, uma filha de um ano e aceitou viver com os acusados, em Olinda. Eles planejaram ficar com a criança depois de matar a mãe. Em Garanhuns, as vítimas foram Giselly Helena da Silva, 31 anos, e Alexandra Falcão da Silva, 20 anos, mortas, respectivamente, em fevereiro e março do ano passado.
De acordo com a polícia, a carne dos corpos das vítimas era fatiada, guardada na geladeira e consumida pelo trio. A criança, inclusive, também teria comido a carne retirada do corpo da própria mãe. Eles teriam até utilizado parte da carne das vítimas para rechear coxinhas e salgadinhos que vendiam em Garanhuns.
Os acusados afirmam fazer parte da seita Cartel, que, segundo eles, visa a purificação do mundo e o controle populacional. A ingestão da carne faria parte do processo de purificação. O caso veio a público depois que parentes de Giselly Helena da Silva denunciaram o seu desaparecimento.
Os acusado usaram o cartão de crédito da vítima em lojas de Garanhuns e foram localizados. Uma publicação contendo os detalhes dos crimes - registrada em cartório - foi encontrada na casa dos réus. Para a Polícia Civil de Pernambuco, não há possibilidade de outras mortes terem sido praticadas pelo trio no estado.

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