Escola estadual em Águas Belas ainda passa por reforma, há quase 5 anos
Instituição é tida como de referência e está aumentando o número de alunos.
Secretaria de Educação afirma que ainda está em andamento uma licitação.

Pelo VC no G1, o estudante Sebastião Ferreira enviou dados sobre o trabalho, que deveria ter terminado em 2010. Segundo ele, “quase tudo está pronto, mas falta acabamento interno, janelas, energia nas salas e nos laboratórios”. Já a aluna Januacele Vieira viajou e, quando voltou, ficou decepcionada. “Eu passei aproximadamente seis meses fora, estudando no Canadá. E, ao regressar, vi que estava tudo do mesmo jeito. E ainda com uma quantidade de alunos maior e a escola sem o suporte adequado para recebê-los”, afirmou.

Entretanto, ainda de acordo com a pasta estadual, “as aulas aconteceram normalmente ao longo do ano letivo de 2013, não tendo havido interrupção no calendário por causa das obras de ampliação e reforma da unidade” e “os 200 dias letivos [de 2014] serão cumpridos sem prejuízo aos alunos”.
Enquanto esperam o fim dos contratempos, alunos são acomodados em salas sem energia e com janelas sem vidro. E, segundo a gestora da instituição, Dorivânia Machado, o estabelecimento está ficando pequeno. “A quantidade de alunos vem aumentando paulatinamente. Então, nós não temos mais como comportar nas salas antigas e aí estamos usando as salas sem terminar. Mas, acreditando que venha realmente ocorrer o término da reforma”, falou.

sem receber verba. (Foto: Jael Soares/ G1 Caruaru)
A Construcife, empresa que era a construtora da obra, comunicou que os problemas iniciais partiram do governo de Pernambuco, como a falta de especificação sobre o uso de dinamite no solo do lugar. “E nós passamos vários períodos sem receber. A gente tinha cerca de 50 pessoas trabalhando na reforma e ampliação da escola, além da construção da quadra, e ficou difícil de manter. Até hoje temos verbas a receber”, disse em outubro o engenheiro Mário Gustavo, responsável pela empresa.
Também à época da primeira reportagem, a Secretaria de Educação afirmou que já tinha efetuado os pagamentos pelos serviços previstos e não há pendências com a empresa. Já na nota enviada ao ABTV, explicou que “foram executados 61% da obra”, mas “foi rompido o contrato com a empresa Construcife e aberto um processo administrativo contra ela”.
Uma professora conversou com o G1 e pediu para não ser identificada, por medo de represália. Segundo ela, “fica difícil. Não temos estrutura de acordo com uma escola de referência”. Da estrutura de quando a instituição oferecia ensino regular, em 2009, há apenas outras nove salas de aula.

da reforma. (Foto: Jael Soares/ G1 Caruaru)
Problemas apontados por alunos
Vários problemas apontados pelos alunos são básicos: cadeiras desconfortáveis; muros baixos; e falta de refeitório. Eles se queixam até da acessibilidade. “Uma colega nossa é cadeirante. Para entrar na escola, um de nós tem que colocá-la nos braços e outro vem empurrando a cadeira”, afirmou um aluno que não quis se identificar.
O governo de Pernambuco mantém 260 escolas de referência, sendo 122 de tempo integral e 138 com jornada semi-integral, distribuídas em 160 municípios. Por meio do site, a Secretaria Estadual de Educação informava que o objetivo destas instituições é “reestruturar o ensino médio pernambucano”, indo além da “fronteira tradicional do conhecimento”. Em nova mensagem, visualizada nesta terça-feira (11), a secretaria afirma que “até o fim de 2014, serão 300 unidades em regime integral e semi-integral”.

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