quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Escola estadual em Águas Belas ainda passa por reforma, há quase 5 anos


Escola estadual em Águas Belas ainda passa por reforma, há quase 5 anos

Instituição é tida como de referência e está aumentando o número de alunos.
Secretaria de Educação afirma que ainda está em andamento uma licitação.


Placa em frente à escola indicava que obra duraria um ano. (Foto: Jael Soares/ G1 Caruaru)Placa em frente à instituição de ensino indicava que obra duraria um ano. (Foto: Jael Soares/ G1 Caruaru)
Em outubro de 2013, o G1 mostrou que está atrasada a reforma da Escola de Referência em Ensino Médio Coronel Nicolau Siqueira, em Águas Belas, no Agreste pernambucano. Atualmente os professores e os mais de 630 alunos da instituição ainda convivem com o descaso, desde 2009.
Pelo VC no G1, o estudante Sebastião Ferreira enviou dados sobre o trabalho, que deveria ter terminado em 2010. Segundo ele, “quase tudo está pronto, mas falta acabamento interno, janelas, energia nas salas e nos laboratórios”. Já a aluna Januacele Vieira viajou e, quando voltou, ficou decepcionada. “Eu passei aproximadamente seis meses fora, estudando no Canadá. E, ao regressar, vi que estava tudo do mesmo jeito. E ainda com uma quantidade de alunos maior e a escola sem o suporte adequado para recebê-los”, afirmou.
Em outubro do ano passado, a Secretaria de Educação do estado informou que um processo licitatório seria aberto em novembro para a continuação da obra, que prevê, no todo, a construção de 18 salas, uma quadra coberta e laboratórios. O ABTV 2ª Edição mostrou nesta terça-feira (11) que este processo ainda está aberto, porém, a secretaria não informou um prazo para a conclusão dos serviços.
Entretanto, ainda de acordo com a pasta estadual, “as aulas aconteceram normalmente ao longo do ano letivo de 2013, não tendo havido interrupção no calendário por causa das obras de ampliação e reforma da unidade” e “os 200 dias letivos [de 2014] serão cumpridos sem prejuízo aos alunos”.
Enquanto esperam o fim dos contratempos, alunos são acomodados em salas sem energia e com janelas sem vidro. E, segundo a gestora da instituição, Dorivânia Machado, o estabelecimento está ficando pequeno. “A quantidade de alunos vem aumentando paulatinamente. Então, nós não temos mais como comportar nas salas antigas e aí estamos usando as salas sem terminar. Mas, acreditando que venha realmente ocorrer o término da reforma”, falou.
Reforma e ampliação de escola deveriam ter terminado em 2010. (Foto: Jael Soares/ G1 Caruaru)Engenheiro diz que empresa passou vários meses
sem receber verba. (Foto: Jael Soares/ G1 Caruaru)
Relembre o caso
A Construcife, empresa que era a construtora da obra, comunicou que os problemas iniciais partiram do governo de Pernambuco, como a falta de especificação sobre o uso de dinamite no solo do lugar. “E nós passamos vários períodos sem receber. A gente tinha cerca de 50 pessoas trabalhando na reforma e ampliação da escola, além da construção da quadra, e ficou difícil de manter. Até hoje temos verbas a receber”, disse em outubro o engenheiro Mário Gustavo, responsável pela empresa.
Também à época da primeira reportagem, a Secretaria de Educação afirmou que já tinha efetuado os pagamentos pelos serviços previstos e não há pendências com a empresa. Já na nota enviada ao ABTV, explicou que “foram executados 61% da obra”, mas “foi rompido o contrato com a empresa Construcife e aberto um processo administrativo contra ela”.
Uma professora conversou com o G1 e pediu para não ser identificada, por medo de represália. Segundo ela, “fica difícil. Não temos estrutura de acordo com uma escola de referência”. Da estrutura de quando a instituição oferecia ensino regular, em 2009, há apenas outras nove salas de aula.
Obras da escola iniciaram em 2009 e deveriam ter terminado em 2010. (Foto: Jael Soares/ G1 Caruaru)Laboratórios de Química e Física estão entre salas
da reforma. (Foto: Jael Soares/ G1 Caruaru)
O professor Leonardo de França – que acumulava as disciplinas de Química, Direitos Humanos, Inglês e Espanhol – afirmou que “o rendimento é parecido com o das demais escolas de referência, mas, por conta do empenho dos alunos”. Enquanto espera a conclusão, ele diz ter solicitado materiais de Química para improvisar um laboratório como proposto na ementa disciplinar. A Secretaria Estadual de Educação também não se manifestou sobre este pedido, em outubro.
Problemas apontados por alunos
Vários problemas apontados pelos alunos são básicos: cadeiras desconfortáveis; muros baixos; e falta de refeitório. Eles se queixam até da acessibilidade. “Uma colega nossa é cadeirante. Para entrar na escola, um de nós tem que colocá-la nos braços e outro vem empurrando a cadeira”, afirmou um aluno que não quis se identificar.
O governo de Pernambuco mantém 260 escolas de referência, sendo 122 de tempo integral e 138 com jornada semi-integral, distribuídas em 160 municípios. Por meio do site, a Secretaria Estadual de Educação informava que o objetivo destas instituições é “reestruturar o ensino médio pernambucano”, indo além da “fronteira tradicional do conhecimento”. Em nova mensagem, visualizada nesta terça-feira (11), a secretaria afirma que “até o fim de 2014, serão 300 unidades em regime integral e semi-integral”.
Pavilhões não têm energia elétrica e só podem ser utilizados durante o dia. (Foto: Jael Soares/ G1 Caruaru)Pavilhões não têm energia elétrica e só podem ser utilizados durante o dia. (Foto: Jael Soares/ G1 Caruaru)

Alvo de racismo na Libertadores, Tinga critica: “Trocaria um título pela igualdade entre raças”



O meio-campista do Cruzeiro foi alvo de insultos racistas na derrota para o Real Garcilaso. Presidente do rival critica o preconceito, via Twitter
O Cruzeiro estreou na fase de grupo da Libertadores da América com derrota por 2 a 1 para o Real Garcilaso, do Peru. No entanto, o placar ficou em um segundo plano graças a uma postura lamentável e criminosa da torcida do time da casa, que direcionou insultos racistas ao meio-campista Tinga, da equipe brasileira.

Em todas as vezes que o jogador tocava na bola, os torcedores presentes ecoavam barulhos imitando macacos. Após o jogo, Tinga falou sobre o lamentável acontecimento: “Fico muito chateado. Joguei quatro anos na Alemanha e nunca passei por isso. Agora acontece em um país parecido com o nosso, cheio de mistura. Trocaria um título pela igualdade entre raças e classes e respeito”, disse para a Rádio Globo, após a partida.

“Ficamos muito muito triste por ter preconceito em pleno 2014. Aconteceu comigo uma vez há muito tempo, em Caxias”, voltou a lembrar o camisa 7 do Cruzeiro após o jogo, em entrevista para a FoxSports. Dentre algumas pessoas ligadas ao esporte que se manifestaram sobre o acontecimento, o presidente do Atlético –MG, Alexandre Kalil, foi um deles. O mandatário do maior rival da Raposa deixou bem claro em seu Twitter que também reprova o que aconteceu com Tinga.