PF prende doleiro envolvido em esquema que lavou R$ 10 bilhões.
A operação foi batizada de "Lava-Jato", porque um dos envolvidos usava uma lavanderia e um posto de combustível como fachada. Os grupos, segundo a PF, teriam realizado movimentações atípicas que somam R$ 10 bilhões, lavando dinheiro para pessoas físicas e jurídicas ligadas a crimes como tráfico internacional de drogas, corrupção de agentes públicos, sonegação fiscal, evasão de divisas, extração, contrabando de pedras preciosas e desvios de recursos públicos, entre outros.
A polícia prendeu o doleiro Alberto Youssef, de Londrina, norte do Paraná, em um hotel no Maranhão. O hotel Blue Tree, propriedade dele em Londrina, foi sequestrado pela PF, que também realizou buscas em duas residências dele, em Londrina e em São Paulo. Na capital paulista está localizada a sede de uma empresa de Youssef, também alvo da operação.
Em 2004, o doleiro foi denunciado pelo MPF (Ministério Público Federal) por crimes contra o sistema financeiro nacional e condenado a sete anos em regime semiaberto e ao pagamento de uma multa equivalente a 9.568 salários mínimos.
O doleiro, então proprietário da empresa Youssef Câmbio e Turismo, havia sido indiciado por crimes contra a ordem tributária e contra o sistema financeiro (evasão de divisas, manutenção de contas ilegais no exterior e falsa identidade para a realização de operações de câmbio), formação de quadrilha e falsidade ideológica.
De acordo com as investigações, o doleiro sonegou cerca de R$ 118 milhões em impostos (valor atualizado para 2004), entre 1996 e 1999. Além disso, movimentou cerca de R$ 3,3 milhões em uma conta de sua cunhada no Banestado de Nova York.
O esquema
De acordo com a PF, o esquema funcionava em três etapas. Na primeira, as organizações criminosas de diversos segmentos, como tráfico de drogas, contrabando de pedras preciosas, corrupção e desvio de recursos públicos, procuravam doleiros para 'lavar o dinheiro'.Na segunda, os doleiros, localizados em Estados como São Paulo, Paraná e no Distrito Federal, utilizavam empresas de fachada na China e Hong Kong para simular operações de importação e exportação e enviar o dinheiro para fora do país, o que dava uma aparência de legalidade às transações.
A terceira e última etapa começava depois que o dinheiro chegava à China. Os recursos eram reenviados aos criminosos por meio de transferências para contas no exterior ou mesmo no Brasil.
A PF informou que no caso das quadrilhas envolvidas com o tráfico internacional de drogas, as remessas ilegais eram utilizadas para comprar drogas fora do país.
Os mandados de prisão foram emitidos pela Justiça Federal do Paraná. A operação envolve 400 policiais nas cidades de Curitiba, São José dos Pinhais, Londrina e Foz do Iguaçu, no Paraná; São Paulo, Mairiporã, Votuporanga, Vinhedo, Assis e Indaiatuba, no Estado de São Paulo; Brasília, Águas Claras e Taguatinga do Norte, no Distrito Federal; Porto Alegre (RS); Balneário Camboriú (SC); Rio de Janeiro (RJ); e Cuiabá (MT).
Também estão sendo cumpridos 81 mandados de busca e apreensão, além de ordens de sequestro de imóveis de alto padrão, apreensão de patrimônio e bloqueio de dezenas de contas e aplicações bancárias.
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9.abr.2013
- A Polícia Federal interceptou um avião carregado com 400 quilos de
cocaína que pousou em uma pista clandestina no canavial de uma fazenda
na cidade de Serrana (SP), nesta terça-feira (9). Um carro com três
homens esperava o avião e houve troca de tiros com a polícia. O piloto e
um passageiro do avião conseguiram fugir. Os três homens que estavam no
carro foram presos. Segundo a Polícia Federal, o avião veio do Paraguai
Alfredo Risk/Futura Press.
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