quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Trabalhadores da Educação e Saúde estão em greve há 30 dias por desrespeito a direitos constitucionais;

Velório simbólico de prefeito de Palmeira dos Índios é realizado dentro da prefeitura.

 

   Trabalhadores da Educação e Saúde estão em greve há 30 dias por desrespeito a direitos constitucionais; vereadores se escondem de sindicato e sugerem negociação que já foi descumprida várias vezes

 

As manifestações em Palmeira dos Índios agora são diárias por parte dos servidores da educação e saúde. Mudando um pouco a rota das passeatas - antes o destino era a prefeitura -, os trabalhadores ontem (13) se mobilizaram defronte a Câmara Municipal para cobrar medidas enérgicas contra o gestor municipal que desrespeita, sem qualquer cerimônia, direitos constitucionais retirados do servidor da saúde e educação.
Alguns vereadores - da base aliada ao prefeito - desconversam nas redes sociais, quando não ignoram o movimento. Alguns chegam a dizer que estão tentando "encaixar" uma negociação, que já foi descumprida várias vezes pelo gestor municipal. Outros "mandam" os servidores procurá-los no "gabinete". Uma total falta de respeito dos "representantes do povo" para com seus representados. Talvez por isso, o movimento paredista tenha mudado o foco das manifestações desde segunda.
Hoje (14) pela manhã, os servidores voltaram a ocupar o prédio da prefeitura municipal para tentar a negociação com o prefeito James Ribeiro (PSDB) que mais uma vez não estava na sede da municipalidade.
"Temos uma pauta extensa de reivindicações desde 2010 e nada é atendido, nem ele nos chama para conversar", disse Reliete Ramos, líder sindical.
Sem sucesso e sem encontrar o prefeito, os servidores resolveram realizar o velório de James Ribeiro (PSDB) dentro do salão principal da prefeitura, onde fica afixada a galeria com as fotografias de todos os prefeitos palmeirenses.

Um mês de greve
Prestes a completar 30 dias de greve, período jamais visto na história do município de Palmeira dos Índios, os servidores da educação e saúde, se mobilizam pelas ruas da cidade com palavras de ordem, e desta feita realizam o velório/enterro simbólico do prefeito James Ribeiro, que não deseja abrir mão para atender as reivindicações dos servidores públicos municipais.
Os trabalhadores da Saúde, Assistência Social e Educação não aguentam mais a atual situação de caos e descaso. Os salários são pagos, em média, com um mês de atraso. Alegam que estão há três anos sem qualquer tipo de reajuste salarial. Há mais de quatro anos que cobram um calendário de pagamento fixo para receberem os salários, e nada. Por tudo isso e muito mais, estraram em greve, já que não aguenta mais o arrocho salarial.

Dinheiro em caixa
Sabe-se que o problema não é dinheiro, já que em meio as manifestações, o prefeito James Ribeiro (PSDB) tentou criar 212 cargos em comissão, um verdadeiro “trem da alegria” para oferecer aos apaniguados e afilhados políticos. Contudo seu intento foi barrado pela justiça em ação do Ministério Público estadual, que enxergou o aumento de despesas no município, em que o prefeito diz “passar dificuldade.
Outro fato que irrita a classe trabalhadora se dá pela quebra de acordo realizada em 8 de abril, entre a categoria e representantes do governo, cuja ata de reunião foi também assinada por vereadores da bancada de apoio e oposição, que testemunharam as promessas da prefeitura, como o líder governista Julio César (PSDB), a vereadora Marta Gaia (PSDB), Sheila Duarte (PT) e Márcio Henrique (PPS). Ficou previsto na ata que as reivindicações dos servidores seriam atendidas e um estudo de viabilização seria concluído pelas secretarias de Administração e Saúde, representadas na reunião por seus titulares Aerton Lessa e Verônica Medeiros.

Desconto ilegal
Para piorar a situação, a greve que é legal – teve uma reprimenda da prefeitura, que cortou parte dos salários dos trabalhadores que aderiram a greve, o que vai contrariamente a legislação. Um manifestante indignado disse: “Descontar a falta dos trabalhadores da Saúde e Educação sem que um juiz decrete a ilegalidade da greve é o fim da democracia e para completar estão querendo responsabilizar os trabalhadores da saúde pelo quadro de diarreia e morte no Município! É uma falta respeito! De quem é a culpa? Todos sabem!
Não admitiremos que nos culpem com o que foge de nossa competência! Acho que querem acabar com a greve na marra sem que o trabalhador adquira seus direitos!

Velório e enterro simbólico
“Não temos as mínimas condições de trabalho. Os postos de Saúde da Família funcionam em situação altamente precária: faltam médicos, faltam medicamentos básicos e de uso contínuo, falta material de expediente para os procedimentos dos profissionais da Saúde. Os aparelhos de esterilização estão quebrados, diversos postos não têm sequer água, resultando que os profissionais de odontologia vão aos postos e não têm como trabalhar”, desabafou um dos sindicalistas. Na Educação - relatou outro manifestante - “existe um verdadeiro sucateamento da rede municipal, com escolas em péssimas condições e precarização do trabalho dos professores e funcionários”. No término da passeata, os manifestantes se concentraram defronte ao prédio da prefeitura municipal, na Praça da Independência, onde realizaram o “enterro simbólico” do prefeito James Ribeiro (PSDB).

Reivindicações
Entre as reivindicações dos trabalhadores da educação, estão o reajuste salarial de 12%, fixação da sua data-base em março e 1/3 da hora-atividade. Além da questão salarial, os docentes também exigem a reforma do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCs) e a implantação da gestão democrática. A presidente do Núcleo do Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinteal), afirmou que “professores e funcionários estão insatisfeitos com a forma que estão sendo tratados”. “Isso tudo é pela valorização do profissional; ninguém aceita um reajuste de 0% como voltaram a oferecer na reunião de quinta-feira passada”. Na saúde, os trabalhadores reivindicam, além da questão salarial, melhores condições de trabalho e um calendário fixo para pagamento dos salários. A presidente do Núcleo Regional do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde (SINDPREV) do município, Reliete Ramos, a categoria está há três anos, sem qualquer tipo de reajuste salarial.

fonte:Redação com Tribuna do Sertão

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