sexta-feira, 5 de julho de 2013

Cidade do interior de MT paga salário de R$ 30 mil para segurar médico.

Cidade do interior de MT paga salário de R$ 30 mil para segurar médico.




A médica Khariny Gonçalves e Silva, 33, ganha R$ 30 mil por mês para trabalhar em Mato Grosso
 





         





 
"Hoje temos a médica, mas deu trabalho. Pago R$ 30 mil para ficar. Se não for [esse salário], não vem médico. E esse valor mata o município", explica Lourivan Santos, secretário municipal de Saúde.
Mesmo após os descontos, o salário de Khariny, que faz jornada de 40 horas semanais e sobreaviso, é mais que o dobro dos R$ 10 mil líquidos anunciados pelo Ministério da Saúde para o programa Mais Médicos para fixar médicos brasileiros e estrangeiros no interior do país.
O ministro Alexandre Padilha (Saúde) tem dito que a prioridade será preencher as cerca de 10 mil vagas com os profissionais brasileiros.
Porém, a realidade de municípios do interior ou da periferia das grandes cidades mostra que, com salários iguais ou superiores à bolsa, não é tarefa fácil fixar o médico.
Os motivos relatados por gestores variam: falta de estrutura da cidade, distância da capital e salários mais atrativos nos grandes centros.
O Conselho Federal de Medicina diz que é preciso estruturar carreiras para médicos.
ESTRANGEIROS
"Estou colada em Belo Horizonte, tenho duas UPAs [Unidade de Pronto Atendimento], ambulância, laboratório muito bom e um centro com especialidades médicas. E ainda tenho dificuldade", diz Kátia Barbosa, secretária de Saúde de Santa Luzia (MG).
Desde janeiro, ela tenta preencher 21 vagas de médico, com R$ 12 mil líquidos. Ela não descarta estrangeiros e questiona o interesse de brasileiros na bolsa de R$ 10 mil.
Maria Neuman Azevedo, secretária de Saúde de José da Penha (RN), a cerca de 400 km de Natal, concorda que a bolsa dificilmente atrairá o médico nacional. "Se for estrangeiro, fixa, o brasileiro não fixa, não." A secretária, que oferece R$ 9.000 líquidos, tem duas vagas abertas.
Para José Fortunati, presidente da Frente Nacional de Prefeitos, haverá interesse dos brasileiros. Ele diz que, além da bolsa, os médicos terão moradia e alimentação custeados pelos municípios.
Procurado, o Ministério da Saúde não se pronunciou.

 

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