Velório simbólico de prefeito de Palmeira dos Índios é realizado dentro da prefeitura.
Trabalhadores da Educação e Saúde estão em greve há 30 dias por desrespeito a direitos constitucionais; vereadores se escondem de sindicato e sugerem negociação que já foi descumprida várias vezes
As manifestações em Palmeira dos Índios agora são diárias por parte dos servidores da educação e saúde. Mudando um pouco a rota das passeatas - antes o destino era a prefeitura -, os trabalhadores ontem (13) se mobilizaram defronte a Câmara Municipal para cobrar medidas enérgicas contra o gestor municipal que desrespeita, sem qualquer cerimônia, direitos constitucionais retirados do servidor da saúde e educação.
Alguns
vereadores - da base aliada ao prefeito - desconversam nas redes
sociais, quando não ignoram o movimento. Alguns chegam a dizer que estão
tentando "encaixar" uma negociação, que já foi descumprida várias vezes
pelo gestor municipal. Outros "mandam" os servidores procurá-los no
"gabinete". Uma total falta de respeito dos "representantes do povo"
para com seus representados. Talvez por isso, o movimento paredista
tenha mudado o foco das manifestações desde segunda.
Hoje
(14) pela manhã, os servidores voltaram a ocupar o prédio da prefeitura
municipal para tentar a negociação com o prefeito James Ribeiro (PSDB)
que mais uma vez não estava na sede da municipalidade.
"Temos
uma pauta extensa de reivindicações desde 2010 e nada é atendido, nem
ele nos chama para conversar", disse Reliete Ramos, líder sindical.
Sem
sucesso e sem encontrar o prefeito, os servidores resolveram realizar o
velório de James Ribeiro (PSDB) dentro do salão principal da
prefeitura, onde fica afixada a galeria com as fotografias de todos os
prefeitos palmeirenses.
Um mês de greve
Prestes
a completar 30 dias de greve, período jamais visto na história do
município de Palmeira dos Índios, os servidores da educação e saúde, se
mobilizam pelas ruas da cidade com palavras de ordem, e
desta feita realizam o velório/enterro simbólico do prefeito James
Ribeiro, que não deseja abrir mão para atender as reivindicações dos
servidores públicos municipais.
Os
trabalhadores da Saúde, Assistência Social e Educação não aguentam mais
a atual situação de caos e descaso. Os salários são pagos, em média,
com um mês de atraso. Alegam que estão há três anos sem qualquer tipo de
reajuste salarial. Há mais de quatro anos que cobram um calendário de
pagamento fixo para receberem os salários, e nada. Por tudo isso e muito
mais, estraram em greve, já que não aguenta mais o arrocho salarial.
Dinheiro em caixa
Sabe-se
que o problema não é dinheiro, já que em meio as manifestações, o
prefeito James Ribeiro (PSDB) tentou criar 212 cargos em comissão, um
verdadeiro “trem da alegria” para oferecer aos apaniguados e afilhados
políticos. Contudo seu intento foi barrado pela justiça em ação do
Ministério Público estadual, que enxergou o aumento de despesas no
município, em que o prefeito diz “passar dificuldade.
Outro
fato que irrita a classe trabalhadora se dá pela quebra de acordo
realizada em 8 de abril, entre a categoria e representantes do governo,
cuja ata de reunião foi também assinada por vereadores da bancada de
apoio e oposição, que testemunharam as promessas da prefeitura, como o
líder governista Julio César (PSDB), a vereadora Marta Gaia (PSDB),
Sheila Duarte (PT) e Márcio Henrique (PPS). Ficou previsto na ata que as
reivindicações dos servidores seriam atendidas e um estudo de
viabilização seria concluído pelas secretarias de Administração e Saúde,
representadas na reunião por seus titulares Aerton Lessa e Verônica
Medeiros.
Desconto ilegal
Para
piorar a situação, a greve que é legal – teve uma reprimenda da
prefeitura, que cortou parte dos salários dos trabalhadores que aderiram
a greve, o que vai contrariamente a legislação. Um manifestante
indignado disse: “Descontar a falta dos trabalhadores da Saúde e
Educação sem que um juiz decrete a ilegalidade da greve é o fim da
democracia e para completar estão querendo responsabilizar os
trabalhadores da saúde pelo quadro de diarreia e morte no Município! É
uma falta respeito! De quem é a culpa? Todos sabem!
Não
admitiremos que nos culpem com o que foge de nossa competência! Acho
que querem acabar com a greve na marra sem que o trabalhador adquira
seus direitos!
Velório e enterro simbólico
“Não
temos as mínimas condições de trabalho. Os postos de Saúde da Família
funcionam em situação altamente precária: faltam médicos, faltam
medicamentos básicos e de uso contínuo, falta material de expediente
para os procedimentos dos profissionais da Saúde. Os aparelhos de
esterilização estão quebrados, diversos postos não têm sequer água,
resultando que os profissionais de odontologia vão aos postos e não têm
como trabalhar”, desabafou um dos sindicalistas. Na Educação - relatou
outro manifestante - “existe um verdadeiro sucateamento da rede
municipal, com escolas em péssimas condições e precarização do trabalho
dos professores e funcionários”. No término da passeata, os
manifestantes se concentraram defronte ao prédio da prefeitura
municipal, na Praça da Independência, onde realizaram o “enterro
simbólico” do prefeito James Ribeiro (PSDB).
Reivindicações
Entre as reivindicações dos trabalhadores da educação, estão o reajuste
salarial de 12%, fixação da sua data-base em março e 1/3 da
hora-atividade. Além da questão salarial, os docentes também exigem a reforma do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCs) e a implantação da gestão democrática.
A presidente do Núcleo do Sindicato dos Trabalhadores da Educação
(Sinteal), afirmou que “professores e funcionários estão insatisfeitos
com a forma que estão sendo tratados”. “Isso tudo é pela valorização do
profissional; ninguém aceita um reajuste de 0% como voltaram a oferecer
na reunião de quinta-feira passada”. Na saúde, os trabalhadores reivindicam,
além da questão salarial, melhores condições de trabalho e um
calendário fixo para pagamento dos salários. A presidente do Núcleo
Regional do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde (SINDPREV) do
município, Reliete Ramos, a categoria está há três anos, sem qualquer tipo de reajuste salarial.
fonte:Redação com Tribuna do Sertão
fonte:Redação com Tribuna do Sertão